sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pós cirúrgico

O pós cirúrgico, no meu caso, foi um processo sem dor mas como era previsto, chato.

Inicialmente a sensação ao acordar é estranha, com uma cara do tamanho de uma bola de basquete (sou otimista), falta de sensibilidade em boa parte do rosto, com a boca amarrada sem poder falar, muita gente querendo te ver e saber se está bem, etc. Mas de alguma forma eu tinha me preparado para tudo isso, sabia que seria assim. Foi um grande alívio não ficar indisposto e sentir vontade de vomitar com a boca desse jeito.

A UTI e o ambiente hospitalar em geral não são agradáveis e a coisa que mais se deseja naquele momento é ir embora para casa. Na primeira noite até que dormi bem na medida do possível, acordando em períodos de uma ou duas horas, até porque sempre entra alguém lá para verificar a mim e os outros pacientes. Nesse momento é tudo MUITO estranho, mas também, nada que eu não soubesse que fosse passar.

Nas noites no quarto mais ou menos a mesma coisa, com a vantagem do ambiente ser um pouco menos desagradável que a UTI. No quarto tomei algumas poucas gotas de suco de laranja pela famosa seringa, mas não sentia muita fome.

Na segunda noite no quarto do hospital e a primeira em casa passei o que talvez tenha sido uma das coisas mais incômodas do pós cirúrgico: dificuldade de respirar. Como a boca estava amarrada respirava basicamente pelo nariz, porém, nesse momento o sangue (dos tubos que foram passados durante a cirurgia) estava ficando coagulado e trancando o nariz. Soma-se a isso o estado de nervosismo, ou talvez pânico, e o cenário está montado. Mas nada que um pouco de paciência e uma esposa psicóloga não pudesse resolver.

Também na última noite de hospital Dr. Sassi me deu a "ordem" para não ficar deitado direto e começar a me mexer já que não era doente e sim um paciente que havia passado por uma cirurgia, nada além disso. Junto com essa informação também me disse para nem usar a seringa e sim, copos mesmo. Bastava eu colocar algo sob a boca para conter o que eu fosse "babar" e virar o copo e ir tomando o que conseguisse. Foi uma das melhores coisas que fiz, pois, tudo depois foi sempre com copo ou caneca.

No sábado então, com a esposa e boa parte da família (mãe, sogros, tia, primo, vó) fui para casa finalmente.

Esse sou eu com a cara de decanter um dia após a cirurgia:

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